Em constante atualização, mercado exige cada vez mais atenção às estratégias
A profissão é relativamente nova, mas já ganhou espaço nos cursos superiores e até data no calendário de celebrações anuais. Não é à toa. Levantamentos mostram que somamos 122 milhões de usuários ativos no Brasil, gastando mais de 8h por dia, conectados. Mas não vá pensando que o social media passa horas navegando a esmo pelas redes. Diante de um mercado que muda as regras do jogo praticamente todos os dias, a função exige cada vez mais capacidade analítica e raciocínio estratégico.
Por se tratar de um terreno profundamente habitado, o ambiente digital traz muitos desafios para as marcas, que precisam traçar estratégias que gerem valor e estejam alinhadas aos seus objetivos. Por isso, pode fazer toda a diferença ter uma equipe que sustente toda essa movimentação: rastrear tendências, estudar o público-alvo, acompanhar o andamento das campanhas, produzir a linha editorial, montar relatórios, analisar métricas, interagir com os usuários, postar conteúdos, analisar presença, promover anúncios. Para tanto, além de formação na área de comunicação, é essencial somar noções de marketing, branding, administração e produção de conteúdo.
Basicamente a área abrange cinco atividades principais: planejamento e pesquisa, produção de conteúdo, gestão e relacionamento, monitoramento e métricas. Dentro de cada uma dessas atividades, uma infinidade de cargos, entre eles: webwriter, redator, analista de buzz inteligence, community manager, analista de mídias. Mas, antes de sair se inscrevendo em cursos de mídias sociais por aí, é interessante analisar o que cada uma das áreas explora. Muitas vezes elas acabam se mesclando durante o trabalho – principalmente em equipes menores – mas todo mundo tem um ponto forte: descobrir o seu pode te direcionar na hora de buscar conhecimento e até uma vaga.
Planejamento e pesquisa: preparando o terreno
A primeira etapa para inserir uma marca no ambiente digital é entender bem o objetivo almejado com os canais: aumentar venda de produtos; melhorar imagem; aproximar-se dos consumidores; sentir a avaliação do público. Portanto, não se trata de simplesmente “fazer parte” das redes, mas sim traçar uma estratégia que tenha sentido e representatividade. Em seguida, é preciso analisar o cenário ao qual aquela marca pertence. Algumas perguntas que podem surgir nessa fase: Ela já tem presença digital? Caso sim, como trabalha a imagem? Com que língua, público, frequência, canais? Caso não, para quem precisa falar? Como? Onde?
Produção de conteúdo: atraindo a audiência
Sabendo para quem você precisa falar, é hora de organizar a linha editorial e a linguagem a ser utilizada. Mas esqueça daquela ideia limitada de que conteúdo é apenas texto corrido. Nas redes sociais, todo o roteiro por trás de um vídeo, gif, thumb ou banner passa pelos responsáveis dessa etapa. São eles que transmitirão os conceitos que precisam ser trabalhados na área de criação, sempre levando em conta a estrutura mais adequada e o perfil dos receptores da mensagem. Ter boas noções de SEO pode ser um diferencial importantíssimo para quem produz conteúdo, já que é por meio das palavras chave utilizadas que os buscadores online farão o reconhecimento e o destaque.
Gestão e relacionamento: interagindo com o público
Aqui é a hora para colocar em ação todo o conteúdo produzido na etapa anterior por meio dos agendamentos e publicações, sempre levando em conta o cronograma pré-estabelecido. Além de postar, os responsáveis por essa etapa também precisam responder à interação da audiência no canal, estando sempre prontos para repercussões negativas. Tenha um manual de crises sempre por perto.
Monitoramento: analisando as percepções
Monitorar as redes sociais é fundamental para entender se as estratégias estão atingindo as expectativas. Há, inclusive, aplicativos que coletam dados mensuráveis que ajudam a visualizar os resultados conquistados. A quantidade de horas dispensadas para o monitoramente depende muito do alcance digital da marca e da repercussão dos anúncios, mas o ideal é realizar a ação diariamente, mesmo que apenas uma vez por dia. Uma boa alternativa é criar um documento que reúna as perguntas mais frequentes e estabelecer respostas padrão, o que cria uma identidade para a comunicação e agiliza a atividade.
Métricas: mensurando estratégias
Para quem pensa que profissional de comunicação não trabalha com números, essa é a fase “tapa na cara”. Gráficos, tabelas e muitos indicadores fazem parte das métricas, que tem por objetivo analisar a performance dos investimentos feitos em campanhas e anúncios patrocinados, bem como estabelecer o ROI – famoso retorno sobre investimento.
O que o mercado espera do profissional?
Conhecimento técnico nunca é demais, mas a principal característica do profissional de mídias sociais é a capacidade de absorção e atualização. Um social media que convence a si próprio já saber de tudo, pode se dar muito mal, afinal, uma estratégia que funciona bem hoje, pode não ter mais efeito amanhã. Segundo a Coordenadora de Mídias Digitais da D’lucca & Jota, Laís Pinheiro, é essencial conhecer bem as ferramentas e nunca se dar por satisfeito. “Até 2014, o Facebook Ads era pouquíssimo explorado, mas quem, na época, acreditou na tendência e se especializou, hoje nada de braçada nesse mercado”, diz.
Para ela, conhecer todo o processo de funcionamento das mídias é indispensável, mas abraçar tudo sozinho pode ser um tiro no pé. “Imagine que você tenha que produzir um texto. Além de escrever bem, é preciso que você tenha um bom conhecimento de SEO para que os buscadores encontrem e destaquem seu conteúdo, bem como competência em publicidade para convencer o usuário a agir a favor do seu produto ou serviço”, exemplifica.