Gestão Remota de Equipes pela Psicóloga e coach, Rachel Sampaio conta como o modelo de suporte emocional adotado por uma farmacêutica ajudou colaboradores durante a pandemia

A empatia surge quando estamos abertos a perceber e compreender o lado do outro, ajudando as pessoas em suas dificuldades. Cada vez mais presente no cotidiano corporativo, essa é uma habilidade cuja urgência foi também evidenciada pela pandemia.

Em entrevista, a psicóloga e coach Rachel Sampaio fala como as empresas mais empáticas e de gestão humanizada conseguiram se antecipar às necessidades de seus colaboradores frente à covid-19 e como iniciativas de suporte emocional foram essenciais para manter o bem-estar e produtividade das organizações.

“Algumas empresas logo perceberam que após a estruturação física e tecnológica necessária para possibilitar o trabalho remoto, por exemplo, era preciso também cuidar da saúde emocional do seu colaborador”, relata a psicóloga que, com a pandemia, deu início a um trabalho de suporte e atendimento aos funcionários da farmacêutica Althaia.

Durante as sessões virtuais, agendadas sem intermédio da empresa, os funcionários tinham a oportunidade de compartilhar desde demandas emocionais até questões relativas à gestão do tempo, trabalho e equipe. “Disponibilizar um canal de acolhimento externo, na minha avaliação, foi o grande diferencial. Foi o que permitiu que as pessoas se abrissem sem receios”, avalia.

Gestão Remota de Equipes | Perfis metódicos sofreram mais com a pandemia

A questão mais presente durante os atendimentos, segundo Rachel, foi a necessidade de aprender a lidar com a ausência de poder e controle imposta pela pandemia e suas restrições. “A pandemia, infelizmente, tirou o nosso controle da rotina, da nossa família, e perder isso, principalmente entre os mais metódicos, é muito difícil”, afirma.

Na avaliação da psicóloga, outro perfil bastante impactado pela pandemia foi o dos profissionais extrovertidos. “Isso porque a fonte de energia pessoal dos extrovertidos está muito nas conexões com o outro. Para as empresas, foi essencial criar mecanismos mais fortes de comunicação”, completa.

Empatia é diferencial para bem-estar nas empresas 

Muito se fala sobre o desenvolvimento de uma cultura empática e sobre o papel das lideranças dentro de uma empresa. Para Rachel, as organizações que ainda não estavam atentas ao poder da empatia foram obrigadas a notar a importância de humanizar os processos, assim como ajustar a comunicação e as relações interpessoais.

“Há ainda empresas que não despertaram para esse nível de consciência, enquanto outras foram forçadas pelo movimento e também temos aquelas que já têm isso na sua natureza, já estão antenadas à necessidade de promover qualidade de vida e bem-estar do colaborador”, avalia.

Segundo a coach, a pandemia também tem possibilitado que as empresas vivenciem seus ideais na prática na gestão remota de equipes. “Na Althaia, por exemplo, íamos entrar na fase de divulgação do propósito da empresa quando a pandemia começou. Existe jeito mais gratificante de divulgar o propósito da empresa do que praticá-lo em uma situação de crise como a nossa?”, observa.

Para ela, outra oportunidade para as empresas é criar mecanismos que permitam que os colaboradores exerçam a generosidade. “Esse senso de solidariedade foi uma grande fonte de cura na minha opinião, ações simples que permitiram as pessoas a viverem com menos ansiedade e mais contribuição”, convida.

Rachel Sampaio é psicóloga e coach, sócia da Trajetória Consultoria em Desenvolvimento Humano, com experiência em Recursos Humanos e ênfase no desenvolvimento de pessoas.

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